
Já pensou em transformar seu próprio corpo em uma academia completa? Pois é, aquela desculpa de “não tenho equipamentos” acaba de cair por terra! Exercícios com o peso corporal podem ser uma das formas mais eficientes (e econômicas) de ganhar força e definir músculos, bem como melhorar sua mobilidade e perder os quilinhos extras, tudo isso sem precisar gastar um centavo com equipamentos caros ou mensalidades de academia.
Seja você um praticante de yoga que quer adicionar força ao seu repertório, alguém com pouco tempo para treinar, ou simplesmente uma pessoa que prefere a liberdade de poder treinar força em qualquer lugar, os exercícios com peso corporal, também chamados de calistenia, são a resposta para muitas das suas dores e desejos fitness. Como costumo dizer aos meus alunos: seu corpo é a “máquina” mais completa e versátil que você já teve – logo, só precisa aprender a utilizar essa máquina corretamente!
Neste artigo vou apresentar os 15 melhores exercícios com peso corporal que transformarão sua força, resistência e mobilidade. E o melhor: você pode fazê-los na sala de casa, no parque ou até mesmo durante aquela viagem de trabalho quando o hotel não tem academia. São apenas exercícios com o peso corporal mesmo, sem nenhum equipamento. Vamos, desvendar juntos o potencial incrível que seu corpo tem para oferecer!
Por que o treino usando exercícios com peso corporal funciona? (A ciência por trás dos resultados)

Antes de mergulharmos nos exercícios, vamos entender por que o treino com peso do corpo é tão eficaz. Não é magia, é ciência pura – e seu corpo é uma máquina perfeitamente projetada para isso!
Quando você utiliza seu próprio peso como resistência, está criando tensão muscular de forma natural e funcional. As máquinas de musculação isolam músculos específicos, os exercícios de calistenia recrutam múltiplos grupos musculares simultaneamente, criando padrões de movimento que se assemelham às atividades do dia a dia.
Pense assim: seu corpo não foi feito para empurrar uma máquina de supino – ele foi feito para empurrar, puxar, agachar, girar e se equilibrar em diferentes situações. O treino usando exercícios com peso corporal respeita essa mecânica natural, o que traz, portanto, benefícios impressionantes:
- Ganho de força funcional: Você desenvolve força que se traduz em movimentos reais do cotidiano, não apenas em números na academia.
- Melhora da coordenação neuromuscular: Seu cérebro e músculos aprendem a trabalhar juntos de forma mais eficiente.
- Aumento da mobilidade e flexibilidade: Muitos exercícios com peso corporal exigem amplitude de movimento completa, melhorando sua mobilidade natural.
- Fortalecimento do core: Praticamente todos os exercícios com peso corporal ativam sua musculatura central, criando e desenvolvendo um “cinturão” de estabilidade.
- Gasto calórico elevado: Por envolver múltiplos grupos musculares, o gasto energético é maior, favorecendo, portanto, a perda de gordura.
- Menor risco de lesões: Quando executados corretamente, os movimentos respeitam a biomecânica natural do corpo.
E aqui vai uma verdade que muitos “especialistas” não contam: é perfeitamente possível ganhar massa muscular significativa apenas usando exercícios com o peso corporal. Contudo, a chave está na progressão adequada e na intensidade do estímulo – exatamente o que vamos abordar a seguir.
Como estruturar seu treino usando apenas exercícios com peso corporal para máximos resultados
Antes de apresentar os melhores exercícios de calistenia para fazer em casa, precisamos falar sobre como estruturar seu treino para obter resultados reais. Afinal, não adianta ter as melhores ferramentas se você não sabe como usá-las, certo?
Antes de tudo, o segredo para progredir com o treino apenas com exercícios com peso corporal está em entender alguns princípios fundamentais:
Princípio da sobrecarga progressiva
Para continuar evoluindo, você precisa aumentar gradualmente a dificuldade dos exercícios. Nos exercícios com peso corporal, isso pode ser feito de várias formas:
- Aumentar o número de repetições: Começou fazendo 8 flexões? Trabalhe, então, para chegar a 12, depois 15.
- Reduzir o tempo de descanso: Diminua o intervalo entre as séries para, assim, aumentar a intensidade.
- Aumentar o tempo sob tensão: Execute os movimentos mais lentamente, especialmente na fase excêntrica (quando o músculo alonga).
- Progredir para variações mais difíceis: Evoluir de uma flexão de joelhos para uma flexão completa, e depois, enfim, para uma flexão declinada.
Frequência ideal de treino
Se for iniciante, para resultados ótimos, recomendo treinar cada grupo muscular 2-3 vezes por semana, permitindo 48 horas de recuperação entre os estímulos para o mesmo grupo. Uma estrutura eficiente seria:
- Segunda e Quinta: Foco em empurrar (peito, ombros, tríceps)
- Terça e Sexta: Foco em puxar (costas, bíceps) e core
- Quarta e Sábado: Foco em membros inferiores e movimentos explosivos
- Domingo: Descanso ativo ou mobilidade
Se você não tem muito tempo disponível ou não tem um histórico de exercícios e nem um repertório motor muito desenvolvido, prefiro uma programação treino de corpo inteiro, de 2 a 3 vezes por semana. Por exemplo:
- Segunda, quarta e sexta: Treino de corpo todo;
- Terça e quinta e sábado: alongamentos leves ou cardio de baixa intensidade;
- Domingo: Descanso.
Volume e intensidade
Para ganho de força e hipertrofia, trabalhe com:
- 3-5 séries por exercício
- 6-12 repetições para hipertrofia (crescimento muscular)
- 3-6 repetições para força máxima
- 15-20+ repetições para resistência muscular
Lembre-se: a última repetição deve ser desafiadora! Portanto, se você consegue fazer mais de 15 repetições facilmente, é hora de progredir para uma variação mais difícil do exercício, a não ser que a intenção seja ganhar resistência muscular nesse próprio movimento.
Agora que entendemos os princípios, vamos aos exercícios com peso corporal que transformarão seu corpo usando apenas… seu corpo! 😅
Os 15 melhores exercícios com peso corporal para ganhar força e músculos
Primeiramente, organizei os exercícios por segmentos corporais para facilitar o entendimento do artigo. Cada um inclui descrição detalhada, músculos trabalhados, benefícios específicos, variações para diferentes níveis e dicas para maximizar os resultados, além de um breve vídeo da execução correta.
Exercícios para membros inferiores

1. Agachamento (Bodyweight Squat)
O agachamento é o rei dos exercícios para membros inferiores, pois ele trabalha praticamente toda a parte inferior do corpo e ainda engaja seu core.
Músculos trabalhados: Quadríceps, glúteos, isquiotibiais, adutores, core.
Como executar:
- Posicione os pés na largura dos ombros ou um pouco mais afastados, apontados ligeiramente pra fora;
- Mantenha o peito erguido e o olhar à frente;
- Inicie o movimento com a flexão dos joelhos e com o recuo do quadril (como se fosse sentar em uma cadeira);
- Desça até que as coxas fiquem paralelas ao solo (ou o mais próximo que conseguir com boa forma, sem arredondar a coluna);
- Pressione firme os pés contra o chão, inclusive os calcanhares para retornar à posição inicial.
Benefícios específicos: Além de fortalecer toda a parte inferior do corpo, o agachamento melhora a mobilidade de quadris e tornozelos, essenciais para movimentos funcionais do dia a dia e para prevenir dores lombares.
Variações:
- Para iniciantes: Agachamento com apoio (segurando em uma cadeira ou mesa);
- Para intermediários: Agachamento pistol excêntrico, na cadeira (fazer a fase de descida do agachamento, apenas com uma perna, até se sentar em uma cadeira);
- Para avançados: Agachamento pistol completo (agachamento em uma perna só).
Erros comuns: Elevar os calcanhares do chão, deixar os joelhos colapsarem para dentro, curvar excessivamente a coluna. Lembre-se: joelhos alinhados com as pontas dos pés, peso nos calcanhares, coluna neutra!
Dica do Rafa: Pense em “rasgar o chão” com os pés durante o agachamento (como se tentasse afastar o solo com os pés). Isso ativa os glúteos e estabiliza os joelhos naturalmente.
2. Avanço (Lunge)
O avanço é um movimento unilateral poderoso que desafia seu equilíbrio enquanto fortalece cada perna individualmente.
Músculos trabalhados: Quadríceps, glúteos, isquiotibiais, adutores, core.
Como executar:
- Comece em pé, com os pés unidos;
- Dê um passo à frente com uma perna;
- Flexione ambos os joelhos, descendo até que o joelho traseiro quase toque o chão;
- O joelho da frente deve formar um ângulo próximo dos 90 graus, mas é aceitável passar um pouco do tornozelo;
- Empurre o calcanhar da frente para retornar à posição inicial;
- Repita com a outra perna.
Benefícios específicos: Corrige desequilíbrios entre os lados do corpo, melhora a estabilidade do joelho e do quadril, e desenvolve coordenação.
Variações:
- Para iniciantes: Afundo (sem deslocamento, um pé fica na frente e o outro fica atrás durante todas as repetições de um lado);
- Para intermediários: Passada (afundo se deslocando pra frente, um passo para cada repetição);
- Para avançados: Afundo búlgaro (pé traseiro elevado em um banco).
Erros comuns: Exagerar na inclinação do tronco para frente, deixar o joelho da frente avançar a ponto de tirar o calcanhar do chão, não descer o suficiente.
Dica do Rafa: Mantenha o core engajado durante todo o movimento – imagine que tem um copo d’água equilibrado em cada ombro que não pode derramar. Isso ajudará a manter a postura correta.
3. Cossack Squat
O Cossack Squat é um movimento lateral que desafia sua mobilidade de quadril enquanto fortalece as pernas de forma assimétrica.
Músculos trabalhados: Quadríceps, glúteos, adutores, abdutores, isquiotibiais, core.
Como executar:
- Comece em pé com os pés bem afastados (mais que a largura dos ombros);
- Gire um pé para fora em aproximadamente 45 graus;
- Transfira o peso para esse lado, flexionando o joelho;
- Desça lateralmente, enquanto mantém a outra perna estendida;
- Desça até onde sua mobilidade permitir, enquanto mantém o calcanhar da perna de apoio no chão;
- Retorne à posição inicial e repita para o outro lado.
Benefícios específicos: Desenvolve mobilidade de quadril em múltiplos planos, fortalece os adutores e abdutores (frequentemente negligenciados), bem como melhora a estabilidade lateral.
Variações:
- Para iniciantes: Cossack parcial (sem descer completamente);
- Para intermediários: Cossack completo;
- Para avançados: Cossack com elevação da ponta do pé da perna estendida.
Erros comuns: Curvar a coluna, não manter o pé de apoio totalmente no chão, não apontar o joelho flexionado para a ponta do pé.
Dica do Rafa: Se a mobilidade for um limitante, coloque um pequeno apoio (como um livro fino) sob o calcanhar da perna de apoio. Conforme evoluir no movimento, trabalhe para remover esse suporte.
4. Stiff unilateral
O Stiff unilateral é excelente para desenvolver os isquiotibiais e glúteos, enquanto melhora o equilíbrio e a coordenação.
Músculos trabalhados: Isquiotibiais, glúteos, lombar, core.
Como executar:
- Comece em pé, com os pés unidos;
- Transfira o peso para uma perna;
- Incline o tronco para frente, estendendo a outra perna para trás;
- Mantenha uma linha reta da cabeça ao calcanhar da perna estendida;
- Desça até sentir um alongamento nos isquiotibiais (músculos de trás da coxa) da perna de apoio;
- Contraia o glúteo para retornar à posição inicial.
Benefícios específicos: Fortalece a cadeia posterior (frequentemente fraca em pessoas que passam muito tempo sentadas), melhora a postura e reduz o risco de dores lombares.
Variações:
- Para iniciantes: Stiff unilateral com apoio (mão na parede);
- Para intermediários: Stiff unilateral sem apoio;
- Para avançados: Stiff unilateral com pausa no ponto mais baixo.
Erros comuns: Curvar a coluna, flexionar excessivamente o joelho da perna de apoio, desequilibrar demais.
Dica do Rafa: Mantenha o olhar fixo em um ponto à sua frente para melhorar o equilíbrio. E lembre-se: o movimento vem do quadril, não da coluna – pense, então, em “dobrar” o corpo como uma dobradiça.
Exercícios para parte superior do corpo

5. Flexão de Braço (Push-up)
A flexão de braços ou apoio no solo é o exercício definitivo para a parte superior do corpo, trabalhando peito, ombros e tríceps em um movimento funcional de empurrar.
Músculos trabalhados: Peitoral, deltoides anteriores, tríceps, core.
Como executar:
- Comece na posição de prancha alta, mãos um pouco mais afastadas que a largura dos ombros;
- Mantenha o corpo em linha reta dos calcanhares à cabeça;
- Contraia o core e os glúteos;
- Flexione os cotovelos, mantendo-os a aproximadamente 45 graus do corpo;
- Desça até que o peito quase toque o solo;
- Empurre o solo para retornar à posição inicial.
Benefícios específicos: Desenvolve força funcional de empurrar, estabilidade de ombro e resistência do core.
Variações:
- Para iniciantes: Flexão na parede ou com joelhos apoiados no chão;
- Para intermediários: Flexão completa;
- Para avançados: Flexão declinada (pés elevados) ou batendo palmas, entre as repetições.
Erros comuns: Deixar o quadril sair do alinhamento, não descer o suficiente, posicionar as mãos muito afastadas ou muito próximas.
Dica do Rafa: Pense na flexão como uma “prancha móvel” – seu corpo deve se mover como uma unidade, enquanto mantém a linha da cabeça aos calcanhares. E não se esqueça de respirar: inspire na descida, exale na subida.
6. Pike Push-up (Flexão de Ombros)
O Pike Push-up é uma excelente forma de trabalhar os ombros sem equipamentos, simulando o movimento de desenvolvimento de ombros.
Músculos trabalhados: Deltoides (principalmente porção anterior), trapézio, tríceps.
Como executar:
- Comece na posição de prancha alta e caminhe apenas com os pés para frente;
- Assim os quadris vão para cima e para trás, formando um “V” invertido com o corpo;
- Mantenha as pernas relativamente retas (leve flexão do joelhos é aceitável);
- Posicione a cabeça à frente das mãos ou sobre elas, com os cotovelos estendidos;
- Flexione os cotovelos, avançando o tronco, enquanto desce a cabeça em direção ao solo;
- Empurre para retornar à posição inicial.
Benefícios específicos: Fortalece os ombros de forma funcional, prepara para movimentos mais avançados como o handstand push-up, e melhora a estabilidade escapular.
Variações:
- Para iniciantes: Pike push-up com joelhos flexionados
- Para intermediários: Pike push-up completo
- Para avançados: Pike push-up com pés elevados em uma cadeira
Erros comuns: Não elevar o quadril o suficiente, deixar os cotovelos abrirem muito para os lados ou deixa-los recuar demais, o ideal é avançar o corpo, mantendo os antebraços imóveis.
Dica do Rafa: Conforme o quadril sobe e mais vertical for a posição do seu corpo, mais os ombros serão enfatizados. Para focar mais nos tríceps, mantenha os cotovelos próximos ao corpo durante o movimento.
Exercícios para core e estabilidade

7. Prancha (Plank)
A prancha é o exercício fundamental para desenvolver estabilidade do core, ou seja, é essencial para conseguir evoluir em todos os outros movimentos.
Músculos trabalhados: Reto abdominal, transverso do abdômen, oblíquos, eretores da espinha, glúteos.
Como executar:
- Apoie os antebraços no solo, cotovelos alinhados sob os ombros;
- Estenda as pernas para trás, apoiando-se nas pontas dos pés;
- Mantenha o corpo em linha reta dos calcanhares à cabeça;
- Dependendo do objetivo do praticante, uma leve flexão da coluna, na porção torácica é aceitável;
- Contraia o abdômen como se estivesse “puxando” o umbigo em direção à coluna;
- Mantenha os glúteos levemente contraídos;
- Respire normalmente, enquanto mantém a posição.
Benefícios específicos: Desenvolve resistência isométrica do core, melhora a postura, reduz dores lombares e cria uma base sólida para outros exercícios.
Variações:
- Para iniciantes: Prancha com joelhos apoiados;
- Para intermediários: Prancha completa;
- Para avançados: Prancha com elevação alternada de membros ou prancha em apoio instável;
Erros comuns: Elevar o quadril, deixar a lombar ceder, tensionar os ombros, prender a respiração.
Dica do Rafa: Não pense apenas em “aguentar” na posição – pense em criar tensão ativa. Imagine que está “puxando” os cotovelos em direção aos pés e vice-versa, criando, então, uma linha de tensão por todo o corpo.
8. Prancha Lateral (Side Plank)
A prancha lateral trabalha os oblíquos e a cadeia lateral do corpo, essencial para estabilidade rotacional e prevenção de lesões.
Músculos trabalhados: Oblíquos externos e internos, quadrado lombar, glúteo médio, adutores.
Como executar:
- Deite-se de lado no chão;
- Apoie o antebraço no solo, cotovelo diretamente sob o ombro;
- Empilhe os pés um sobre o outro (ou coloque o pé de cima à frente para maior estabilidade);
- Eleve o quadril, criando uma linha reta do tornozelo à cabeça;
- Estenda o braço livre para cima ou mantenha-o ao longo do corpo;
- Mantenha a posição, respirando normalmente.
Benefícios específicos: Fortalece os estabilizadores laterais do tronco, melhora o equilíbrio, reduz o risco de dores lombares e lesões no quadril.
Variações:
- Para iniciantes: Side plank com joelho de baixo apoiado;
- Para intermediários: Side plank completo;
- Para avançados: Side plank com elevação de perna ou com rotação.
Erros comuns: Deixar o quadril cair, elevar ou rodar os ombros, não manter o alinhamento da cabeça.
Dica do Rafa: Ative o glúteo médio (lateral do quadril) conscientemente durante o exercício – isso não só aumentará a estabilidade, mas também potencializará o trabalho dos oblíquos.
9. Hollow Body Hold (Canoa Isométrica)
O Hollow Body é um exercício fundamental da ginástica. Similarmente à prancha, a canoa cria uma base sólida de controle do core para praticamente qualquer movimento.
Músculos trabalhados: Reto abdominal, transverso do abdômen, oblíquos, flexores do quadril, reto femoral.
Como executar:
- Deite-se de costas no chão;
- Pressione a região lombar contra o solo;
- Estenda os braços acima da cabeça;
- Eleve simultaneamente os braços, ombros, cabeça e pernas do solo;
- Mantenha os braços e pernas estendidos, formando uma curva côncava com o corpo;
- Mantenha a lombar pressionada contra o solo durante todo o exercício.
Benefícios específicos: Desenvolve controle total do core, melhora a conexão mente-músculo, cria base para movimentos avançados de calistenia e ginástica ou seja, para todos os exercícios com peso corporal.
Variações:
- Para iniciantes: Hollow body com joelhos flexionados
- Para intermediários: Hollow body completo
- Para avançados: Hollow body com movimento (rock, balançando pra frente e pra trás).
Erros comuns: Deixar a lombar arquear, elevar muito os ombros, não manter as pernas estendidas.
Dica do Rafa: O segredo está em manter a lombar “colada” ao chão – isso força o recrutamento profundo dos músculos abdominais. Se sentir a lombar arqueando, eleve um pouco mais as pernas.
10. L-Sit (Sustentação em L)
O L-Sit é um exercício avançado que desafia força, controle e flexibilidade simultaneamente.
Músculos trabalhados: Reto abdominal, oblíquos, flexores do quadril, tríceps, deltoides anteriores, quadríceps.
Como executar:
- Sente-se no chão com as pernas estendidas à frente;
- Coloque as mãos no chão ao lado dos quadris;
- Pressione as mãos contra o solo, elevando o quadril, com o recolhimento abdominal;
- Mantenha as pernas unidas e estendidas, paralelas ao solo;
- Mantenha os ombros baixos (longe das orelhas);
- Segure a posição, respirando normalmente.
Benefícios específicos: Desenvolve força extraordinária no core e nos braços, melhora a flexibilidade dos isquiotibiais, e cria base para movimentos avançados de calistenia, de ginástica e também para posturas e transições no yoga.
Variações:
- Para iniciantes: Elevação de pernas sentado ou L-sit com joelhos flexionados;
- Para intermediários: L-sit com as pernas afastadas;
- Para avançados: L-sit completo ou V-sit (pernas elevadas acima da linha horizontal).
Erros comuns: Ombros elevados, cotovelos flexionados.
Dica do Rafa: Se o L-sit completo for muito desafiador, comece com as mãos em uma superfície elevada (como livros ou blocos de yoga) para dar mais espaço para as pernas. Progressivamente, reduza a altura até conseguir executar no solo.
11. Hiperextensão da Coluna no Solo
A hiperextensão da coluna trabalha a cadeia posterior do corpo, frequentemente negligenciada em treinos convencionais.
Músculos trabalhados: Eretores da espinha, glúteos, isquiotibiais, deltoides posteriores, trapézio.
Como executar:
- Deite-se de bruços no chão;
- Coloque as mãos atrás da cabeça, com cotovelos flexionados e apontados pra fora;
- Eleve simultaneamente braços, peito e pernas do solo, aproximando bem uma escápula da outra;
- Mantenha o olhar direcionado para o chão (não hiperestenda o pescoço);
- Contraia glúteos e parte superior das costas;
- Mantenha a posição por alguns segundos, em cada repetição, respire normalmente, sem trancar.
Benefícios específicos: Fortalece os extensores da coluna, melhora a postura, contrabalança o trabalho abdominal, e reduz o risco de dores lombares.
Variações:
- Para iniciantes: Execução normal, mantendo menos tempo de isometria;
- Para intermediários: Estendendo os braços para as laterais, com as palmas das mãos pra frente;
- Para avançados: Superman, colocando os braços pra frente, com uma palma da mão voltada pra outra.
Erros comuns: Hiperestender o pescoço, elevar excessivamente os membros (causando compressão lombar), prender a respiração.
Dica do Rafa: Foque na qualidade da contração, não na altura da elevação. Uma elevação moderada com contração máxima dos músculos-alvo é mais eficaz que uma elevação exagerada com técnica pobre.
Exercícios compostos e de alta intensidade

12. Burpee
O burpee é o exercício definitivo de corpo inteiro, combinando força, resistência e condicionamento cardiovascular.
Músculos trabalhados: Praticamente todos! Quadríceps, glúteos, core, peitorais, deltoides, tríceps.
Como executar:
- Comece em pé, pés na largura dos ombros;
- Agache rapidamente, colocando as mãos no chão;
- Salte os pés para trás, assumindo a posição de prancha;
- Execute uma flexão de braços (opcional para iniciantes);
- Salte os pés de volta para as mãos;
- Salte verticalmente, estendendo os braços acima da cabeça;
- Aterrisse suavemente e repita o movimento.
Benefícios específicos: Eleva a frequência cardíaca rapidamente, desenvolve resistência muscular e cardiovascular, queima muitas calorias, e melhora a coordenação.
Variações:
- Para iniciantes: Burpee sem flexão e sem salto;
- Para intermediários: Burpee completo;
- Para avançados: Burpee com salto sobre obstáculo ou com movimento adicional (como mountain climber) ou associando um salto se deslocando para frente.
Erros comuns: Curvar a coluna durante a prancha, não completar a amplitude do movimento, perder o controle na transição entre as fases.
Dica do Rafa: Mantenha um ritmo constante e controlado, mesmo que isso signifique ir mais devagar. A qualidade do movimento é mais importante que a velocidade, especialmente para iniciantes.
13. Escalador (Mountain Climber)
O Escalador é um exercício dinâmico que combina estabilidade do core com movimento rápido das pernas.
Músculos trabalhados: Reto abdominal, oblíquos, flexores do quadril, ombros, peitorais.
Como executar:
- Comece na posição de prancha alta, mãos alinhadas sob os ombros;
- Mantenha o core contraído e o corpo em linha reta;
- Traga um joelho em direção ao peito, mantendo o pé elevado do solo;
- Retorne à posição inicial e alterne rapidamente com a outra perna;
- Mantenha os quadris estáveis (evite balançar para cima e para baixo);
- Continue alternando as pernas em um ritmo controlado.
Benefícios específicos: Eleva a frequência cardíaca, desenvolve estabilidade do core em movimento, melhora a coordenação e queima calorias.
Variações:
- Para iniciantes: Mountain climber lento e controlado;
- Para intermediários: Mountain climber em ritmo moderado;
- Para avançados: Mountain climber rápido ou com rotação (joelho em direção ao cotovelo oposto).
Erros comuns: Elevar o quadril, deixar a lombar ceder e deixar a cabeça solta, pendurada, o olhar deve ficar fixo, entre as mãos.
Dica do Rafa: Pense no mountain climber como uma “prancha dinâmica” – o quadril e os ombros devem permanecer estáveis enquanto as pernas se movem. Isso maximiza o trabalho do core.
14. Salto Horizontal (Broad Jump)
O Salto Horizontal ou Broad Jump é um exercício que desenvolve potência explosiva e coordenação, sendo excelente para treinos que combinam força e condicionamento, mesmo sem equipamentos.
Músculos trabalhados: Glúteos, quadríceps, isquiotibiais, panturrilhas, core.
Como executar:
- Fique em pé com os pés na largura dos ombros;
- Flexione os joelhos e leve os braços para trás;
- Impulsione os braços para frente e salte o mais longe possível, mantendo o tronco alinhado;
- Aterrisse com os dois pés juntos, amortecendo o impacto com a flexão de joelhos e quadris;
- Retome a posição inicial e repita.
Benefícios específicos:
Desenvolve potência nas pernas, melhora a coordenação neuromuscular, treina o controle do centro de gravidade e aumenta a capacidade de reação e impulsão — ideal para esportes ou treinos de alta intensidade.
Variações:
- Para iniciantes: Salto curto com foco na aterrissagem controlada;
- Para intermediários: Sequência de 2–3 saltos com pausa entre eles;
- Para avançados: Saltos em sequência, sem intervalo entre eles.
Erros comuns:
Aterrissar com os joelhos estendidos, inclinar o tronco para frente em excesso, aterrissar com impacto excessivo nos calcanhares ou sem absorção ativa.
Dica do Rafa:
Foque na aterrissagem tanto quanto no salto — pense em “aterrissar suave como um gato”. Isso protege suas articulações e melhora sua capacidade de gerar força com controle.
15. Elevação de Quadril (Glute Bridge)
A elevação de quadril é um exercício fundamental para ativar e fortalecer os glúteos, essenciais para postura e desempenho atlético.
Músculos trabalhados: Glúteos (máximo, médio e mínimo), isquiotibiais, eretores da espinha, core.
Como executar:
- Deite-se de costas, joelhos flexionados, pés apoiados no chão;
- Posicione os pés na largura dos quadris, a cerca de 15-20 cm dos glúteos;
- Mantenha os braços ao lado do corpo, palmas para baixo;
- Contraia os glúteos e eleve o quadril até formar uma linha reta do joelho aos ombros ou uma leve hiperextensão da coluna;
- Mantenha a posição no topo por 1-2 segundos, apertando os glúteos;
- Desça controladamente e repita.
Benefícios específicos: Ativa os glúteos (frequentemente “adormecidos” em pessoas que passam muito tempo sentadas), melhora a postura pélvica, reduz dores lombares e nos joelhos, e melhora o desempenho em outros exercícios.
Variações:
- Para iniciantes: Glute bridge básico;
- Para intermediários: Glute bridge unilateral (uma perna só);
- Para avançados: Ponte completa, empurrando o chão também com as mãos, como o urdhva dhanurasana ou chakrasana do yoga.
Erros comuns: Não elevar o quadril o suficiente, usar a musculatura lombar em vez dos glúteos.
Dica do Rafa: Pense em “apertar uma moeda entre os glúteos” no topo do movimento – isso garante a ativação máxima dos glúteos e minimiza o uso da lombar.
Montando seu treino usando apenas exercícios com peso corporal: 3 rotinas para diferentes níveis

Agora que você conhece os 15 melhores exercícios com peso corporal, vamos montar rotinas completas para diferentes níveis de condicionamento. Cada uma dessas rotinas de calistenia pode ser realizada 3-4 vezes por semana, com pelo menos um dia de descanso entre as sessões.
Rotina de calistenia para iniciantes: Construindo a base
Esta rotina é perfeita para quem está começando ou retornando aos treinos após um longo período de inatividade.
- Aquecimento: 5 minutos de mobilidade articular e marcha estacionária
- Circuito (3 voltas, 30 segundos de descanso entre exercícios, 1 minuto entre voltas):
- Agachamento: 10-12 repetições
- Flexão de braços (com joelhos, se necessário): 8-10 repetições
- Glute bridge: 12-15 repetições
- Prancha: 20-30 segundos
- Superman: 10-12 repetições
- Mountain climber lento: 20 segundos
- Finalização: 5 minutos de alongamento para os principais grupos musculares
Rotina de calistenia para intermediários: Aumentando o desafio
Esta rotina é para quem já tem uma base de condicionamento e busca aumentar força e resistência.
- Aquecimento: 5 minutos de alongamentos dinâmicos e 2 minutos de polichinelos ou uma caminhada mais acelerada, para elevar um pouco a sua frequência cardíaca.
- Circuito (4 voltas, 20 segundos de descanso entre exercícios, 1 minuto entre voltas):
- Afundo alternado: 12 repetições (6 por perna)
- Flexão completa: 10-12 repetições
- Cossack squat: 10 repetições (5 por lado)
- Pike push-up: 8-10 repetições
- Hollow body hold: 30 segundos
- Prancha lateral: 30 segundos por lado
- Burpee: 8-10 repetições
- Finalização: 5-10 minutos de alongamento e respiração consciente
Rotina de calistenia para avançados: Dominando o peso corporal
Esta rotina é para praticantes mais experientes em exercícios com peso corporal que buscam desafios maiores e desenvolvimento de força avançada.
- Aquecimento: 8 minutos de mobilidade específica e ativação neuromuscular
- Parte A – Força (4 séries, 90 segundos de descanso entre séries):
- Agachamento pistol: 5-8 repetições por perna
- Flexão declinada: 12-15 repetições
- L-sit: 15-20 segundos
- Parte B – Metabólico (AMRAP em 12 minutos – Fazer o máximo de voltas possível):
- Salto Horizontal: 10 repetições
- Mountain climber: 30 repetições (15 por perna)
- Burpee: 10 repetições
- Hiperextensão da Coluna no Solo (15 repetições)
- Finalização: 10 minutos de alongamentos estáticos e recuperação ativa
Dicas para progressão entre níveis
Para evoluir de forma segura e eficiente:
- Permaneça em cada nível por pelo menos 4-6 semanas, para dar tempo do seu corpo se adaptar adequadamente;
- Progrida primeiro aumentando repetições, depois reduzindo descanso, e só então avançando para variações mais difíceis;
- Sempre priorize a técnica sobre a quantidade;
- Ouça seu corpo – dor aguda nunca é um bom sinal;
- Inclua dias de treino mais leve para recuperação ativa, podendo incluir uma prática de yoga lá do meu canal do YouTube.
Perguntas frequentes sobre exercícios com peso corporal
É possível ganhar massa muscular só com peso corporal?
Absolutamente! O princípio fundamental para hipertrofia é a sobrecarga progressiva, não necessariamente o uso de pesos externos. Ao progredir para variações mais desafiadoras dos exercícios, você continua estimulando o crescimento muscular.
Muitos atletas de calistenia têm físicos impressionantes construídos apenas com o peso do corpo. A chave está em trabalhar próximo à falha muscular e progredir constantemente.
Quantas vezes por semana devo treinar calistenia?
Para resultados ótimos, recomendo 3-5 sessões por semana. Iniciantes podem começar com 3 sessões de corpo inteiro, enquanto intermediários e avançados podem optar por dividir o treino (parte superior/parte inferior/core) para permitir recuperação adequada.
Lembre-se: os músculos crescem durante o descanso, não durante o treino! Rotinas estruturadas podem ser encontradas na minha Plataforma Corpo Mente, lá você encontra programas e progressões para o desenvolvimento físico completo, com treinos de calistenia ou usando materiais simples, como halteres ou kettlebell, além das práticas de meditação e de yoga. Vale a pena conhecer.
Como aumentar a intensidade de exercícios com peso corporal, sem adicionar peso externo?
Existem várias estratégias eficazes:
- Aumentar o tempo sob tensão (movimentos mais lentos, especialmente na fase excêntrica)
- Reduzir os intervalos de descanso
- Aumentar o volume (mais séries e repetições)
- Progredir para variações mais difíceis (unilaterais, instáveis, com alavancas desfavoráveis)
- Adicionar paradas isométricas em pontos de maior tensão
- Combinar exercícios em superséries ou circuitos
Quanto tempo leva para ver resultados usando esses exercícios com peso corporal?
As primeiras adaptações neurais ocorrem em 2-3 semanas (você se sentirá mais forte e coordenado). Mudanças visíveis na composição corporal geralmente começam a aparecer após 4-6 semanas de treino consistente, combinado com alimentação adequada. Resultados significativos de força e hipertrofia são tipicamente observados após 8-12 semanas.
Lembre-se que a consistência é mais importante que a intensidade ocasional! Treinar 30 minutos por dia é muito melhor do que treinar horas em um dia e não fazer nada no restante da semana ou do mês.
Como evitar lesões?
Siga estas diretrizes essenciais:
- Sempre realize um aquecimento adequado (5-10 minutos de mobilidade e ativação)
- Progrida gradualmente – não pule etapas
- Mantenha o equilíbrio entre grupos musculares antagonistas
- Preste atenção à técnica correta – qualidade sobre quantidade
- Inclua trabalho de mobilidade e flexibilidade regularmente
- Respeite os sinais do seu corpo – diferencie desconforto produtivo de dor prejudicial
- Permita recuperação adequada entre as sessões
Conclusão: Seu corpo é a academia mais completa que você já teve, é só dominar os exercícios com peso corporal
Chegamos ao fim desta jornada pelos 15 melhores exercícios com peso corporal, e espero que você esteja tão empolgado quanto eu para colocá-los em prática! Como vimos, não precisamos de equipamentos sofisticados ou mensalidades caras para desenvolver um corpo forte, funcional e esteticamente agradável.
O treino com peso do corpo, também chamado de calistenia, oferece uma combinação única de benefícios: é acessível a todos, pode ser realizado em qualquer lugar, desenvolve força funcional e melhora a conexão mente-corpo de uma forma que poucos métodos conseguem. Além disso, a progressão é virtualmente infinita – há sempre uma variação mais desafiadora esperando por você.
Lembre-se: a consistência supera a intensidade. É melhor treinar regularmente com exercícios mais simples do que fazer uma sessão ocasional de movimentos avançados. Comece onde você está, use o que você tem, e faça o que você pode – seu corpo agradecerá!
E se você gostou deste conteúdo, não deixe de compartilhá-lo com amigos que também buscam uma forma eficiente e acessível de treinar. Que tal desafiá-los para uma sessão de treino com peso corporal no parque mais próximo?
Quer aprofundar ainda mais seus conhecimentos sobre treino funcional, mobilidade e yoga? Conheça a Plataforma Corpo Mente, onde compartilho diariamente conteúdos exclusivos, programas de treino e dicas para transformar seu corpo e sua mente.
Até o próximo treino!
Links relacionados:
Sobre o Autor
0 Comentários